Aventura na Quinta
- Tita
- 14 de nov. de 2016
- 2 min de leitura
Quando a minha Dona me recolheu, levou-me para um apartamento, onde vivi vários anos da minha vida. O meu passatempo favorito era olhar pela janela e ver, lá do alto, o mundo lá fora.
Até me tinha esquecido que esse mundo era real e podia ser pisado!!!
Mas agora que mudámos para a Quinta, lembrei-me dos tempos que passei na rua e dos passatempos que há do outro lado do vidro...
Comecei a ver a Dona e os cães a divertirem-se lá fora e andava mortinha por fazer o mesmo...
Eis senão quando, a Dona saiu com os cães para regar e esqueceu-se da porta da cozinha aberta...He! He! A minha oportunidade tinha chegado!!! Foi num instantinho enquanto pus os pés ao caminho e me escapuli. Eles não deram por nada!! Desatei a correr e perdi-me no mundo (OK... na Quinta!). Que emoção!! Que felicidade!!!...
Só que também me esqueci que o mundo tinha perigos... e a Quinta também!... Desde logo aqueles dois cães pretos, grandes, que a Dona trouxe aqui para a Quinta (no apartamento era só as gémeas e já eram loucas que chegasse...)! E não é que eles me encontraram???!!! Andava eu toda satisfeita na minha vidinha, quando me aparece, de repente (ou não... com certeza não foi de repente, mas sabem... é que eu ouço mal... Então quando estou distraída!... Só o ouvi e vi – assustador!!!! – quando já estava quase em cima de mim!), o Tuga!
Quase que me comia! Naquele momento, vi-me mesmo como comidinha de cão!!! Só tive tempo de me enfiar no meio de uns arbustos! Só que o Tuga não desistiu. E as horas passaram e eu lá continuava no meu “buraco”, sem saber o que fazer. A Dona não sabia que eu ali estava e estava demasiado longe para eu a chamar. Ainda a vi na varanda, a espreitar os cães (o Tuga e a Nuri não paravam de ladrar), mas não havia meio de vir à minha procura. A Duda e a Dinah também estavam ao pé da casa a espreitar-nos. Mas vir dar uma ajudinha? Ó, ó!
Já estava a anoitecer, quando ouvi a Dona chamar. Finalmente tinha dado pela minha falta! Já não era sem tempo! Já estava na minha hora de jantar!
Mas eu estava tão assustada, que não lhe conseguia responder... Comecei a desesperar... Até que, de repente, ouvi a Dona dizer às gémeas: “Duda! Dinah! A Tita? Vai buscar a Tita!”. Uma résteazinha de esperança acendeu-se dentro de mim...
E não é que aquelas malucas largaram a correr e trouxeram a Dona até ao meu esconderijo???? (nunca mais digo mal delas!!!)
Já ouviram a expressão “borradinha de medo”? Pois... não digam a ninguém, mas era assim que eu estava (literalmente...). A minha Dona afastou os cães, pegou em mim ao colo... e, assim que chegou a casa, teve que ir trocar de roupa... Sim... só depois é que me deu de jantar!!! Mas pronto! Estava sã e salva e de volta a casa. Nunca mais me voltei a afastar!
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