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Campeão!!!

  • Tuga
  • 6 de dez. de 2017
  • 5 min de leitura

Como a Dona já vos contou, este Verão não foi nada fácil para mim. Aconteceu-me uma coisa muito estranha: perdi uma pata! Um dia adormeci com ela, mas, quando acordei, ela tinha desaparecido! Foi tudo muito estranho!

Está bem que eu andava com dores nessa pata, mas eram perfeitamente suportáveis! E a pata era MINHA e eu gostava muito dela!


A minha Dona levou-me ao Tio Nuno para ele ver o que é que se passava. Fomos lá várias vezes. A minha pata foi apalpada, “fotografada”, tiraram-lhe nacos... Eu sei lá! Fizeram-me montes de coisas!!! O que eu sei é que, de dia para dia, a minha Dona ia ficando mais ansiosa e triste. E eu não gosto nada de a ver assim!


No dia em que a minha pata desapareceu, a minha Dona levou-me para a clínica (Centro Veterinário Conimbricense) logo de manhã. Estávamos lá, na sala de espera, à conversa com o Tio Nuno, quando chegou a Tia Linda e o nosso amigo Zé. Comecei a pensar que ia haver uma festa, ou que, afinal, iriamos todos passear! Encheram-me de mimos! Mas, não. Enganei-me. A determinada altura, o Tio Nuno veio-me buscar e levou-me para longe da minha Dona e dos nossos amigos. Ainda me fartei de ganir, para ver se a minha Dona me vinha buscar, mas ela ignorou-me. Ainda a ouvi lá fora a conversar, durante um tempo com os nossos amigos. A Anabela e o Ivan também lá estiveram, mas já não me deixaram ir vê-los. Fiquei cheio de pena de não os ver, pois a Anabela dá-me sempre muitos miminhos!


O Tio Nuno esteve um bocadinho comigo e deu-me uma pica (Tem esta mania! Já não é a primeira vez!). Passado um bocadito, comecei a ficar com muito sono. Não me lembro de ter adormecido, mas, quando acordei, tinha a cabeça e as pálpebras muitos pesadas. De vez em quando, o Tio Nuno, ou uma das outras minhas amigas lá da clínica, vinham espreitar-me. Nessas alturas, eu fazia um esforço para abrir os olhos, mas, logo, logo, ferrava o galho outra vez! Não sei quanto tempo dormi.


Já mais para o fim do dia, ouvi a minha Dona! Que felicidade! Já ia para casa!... ou talvez não!... Pegaram na Tita (sim, a Tita também lá estava. Já lá estava quando eu cheguei...), levaram-na para cima e deixaram-me ali sozinho... Fartei-me de chorar e ladrar para ver se a Dona me ouvia e se lembrava de mim, mas nada! A Tita voltou para baixo, ouvi a Dona ir embora e... e eu fiquei ali abandonado!!! Tentei levantar-me, mas, na altura não percebi porquê, não consegui levantar-me. Pensei que era de ainda estar atolambado... Estendi-me, muito triste, na mantinha que me deram, e acabei por voltar a adormecer.


Foi no dia seguinte que percebi o que me tinha acontecido. Já bem desperto, tentei levantar-me para ir à minha vidinha (tinha a bexiga cheia, estava a começar a ficar com fome...). E, mais uma vez, a pata falhou-me e desequilibrei-me. Quando olhei para baixo, dei-me sem pata! Para onde teria ido a minha pata??????!!!!

Quando tentei comer, foi outra tragédia! Baixei a cabeça para chegar ao prato, não me consegui equilibrar na minha pata restante, e afocinhei no prato! Espalhei a ração toda e ainda consegui entornar a taça da água! Uma desgraça! Comecei a dizer mal da minha vida! Quem me teria roubado a pata? Não viam que eu precisava dela? Como é que agora eu ia fazer para ir ter com a minha Dona?


Ao fim do dia a minha Dona voltou. E eu, que já estava mais acordado, dei logo sinal! É a minha Dona! É a minha Dona. Mas, mais uma vez, vieram buscar a Tita e deixaram-me para ali sozinho... Fiquei muito triste e fartei-me de chorar... Mas, eis senão quando, a Tita voltou para baixo e o Tio Nuno veio-me buscar! Não sei enquanto é que eu descobri como é que se andava em três patas! Mas lá fui eu!!!


A minha Dona fez uma festa quando me viu!!! Sentou-se no chão comigo e encheu-me de mimos. Como continuava bastante ensonado, deixei-me dormir enquanto ela me amassava. Nos momentos de lucidez, pensava: porque não íamos para casa? O que estávamos ali a fazer? A Dona ficou até a clínica fechar, mas, em vez de me levar para o carro, desceu comigo e foi-me deixar no meu quartinho no internamento. Bolas! Ainda não tinha sido desta!


Ainda fiquei na clínica mais uns dias. Mas, no segundo dia, já era capaz de correr, e, arrastava quem quer que estivesse na outra ponta da trela, quando a minha Dona chegava! A equipa da clínica estava pasmada com a minha adaptação!


Quando, finalmente, a Dona me levou para casa, deparei-me com outras dificuldades. Desde logo, entrar e sair do carro. O Tio Nuno ajudou-me a subir e, depois, fomos buscar a Tia Linda para ela ajudar a Dona a tirar-me do carro.


Nos primeiros dias, tive que estar em repouso. A Dona só saía comigo para me levar a fazer as minhas necessidades, o mais perto de casa possível, e, depois, levava-me logo outra vez para a minha caminha. Eu não me importava muito porque ainda tinha algumas dores e ainda era muito cansativo para mim andar. O que me custava mais era, ao fim do dia, não ir para a sala para o molhinho com a Dona e as manas. Mas não estava autorizado.



Quando a ferida cirúrgica deixou de drenar, tive finalmente autorização para estar com as manas. E, todos os dias, a Dona lá me levava, pelo jardim, para a sala do andar de cima (eu ainda não estava autorizado a subir escadas...). Que saudades que eu tinha das tardes/noites no sofá!... Nessa altura eu já estava um despacho!


A partir daqui, foi sempre a andar. Todos os dias fazia uma nova conquista. Rapidamente estava a subir e a descer a encosta lá Quinta, a brincar com as manas e a subir e descer escadas! Claro que tive os meus percalços e houve uma ou outras vez que me esborrachei e apareci à Dona com o focinho esfolado. Mas não me deixei vencer! A única coisa que ainda não consigo fazer (e possivelmente não voltarei a fazer) é entrar no lago das tartarugas para uma banhoca. Quando tentei entrar, desequilibrei-me e mergulhei de cabeça! E eu detesto meter a cabeça na água!!! Por isso, não voltei a tentar.


De resto, já faço tudo o que fazia antes! Já corro, salto, brinco...



tomo banho no rio...



e no mar...


e até corro e brinco na areia...



Tudo!

Estou mais lento e canso-me mais do que antes, claro! Mas nada que me impeça de me divertir e de viver a vida!


(Ou de fazer uma boa acção e limpar o rio...)


 
 
 

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